sábado, 31 de janeiro de 2009

A Música


"Come on hold my hand,
I wanna contact the living.
Not sure I understand,
This role I've been given.

I sit and talk to god
And he just laughs at my plans,
My head speaks a language, I don't understand.

I just wanna feel real love,
Feel the home that I live in.
'cause I got too much life,
Running through my veins, going to waste.

I don't wanna die,
But I ain't keen on living either.
Before I fall in love,
I'm preparing to leave her.
I scare myself to death,
That's why I keep on running.
Before I've arrived,
I can see myself coming.

I just wanna feel real love,
Feel the home that I live in.
'cause I got too much life,
Running through my veins, going to waste.

And I need to feel, real love
And a life ever after.
I cannot get enough.

I just wanna feel real love,
Feel the home that I live in,
I got too much love,
Running through my veins, going to waste.

I just wanna feel real love,
In a life ever after
There's a hole in my soul,
You can see it in my face,
it's a real big place.

Come and hold my hand,
I wanna contact the living,
Not sure I understand,
This role I've been given

Not sure I understand.
Not sure I understand.
Not sure I understand.
Not sure I understand."

Para este recanto, não poderia escolher outra. A letra diz tudo.

Um beijo para ti (e obrigado pela sugestão)

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Sussurros entre desconhecidos


Ela: (maliciosa) Quero que me comas. Por detrás.
eu: (saboreando) Humm… que pedido tão… deliciosamente específico.
Ela: (entusiasmando-se) Quero que me dês palmadas. No rabo. Bem dadas.
eu: (intrigado) Não sei se me sairão… quando os nossos corpos se encostarem, não conseguirei pensar.
Ela: (esboçando súplica) Mas… preciso que me lembrem… que reprimam a minha faceta dominadora.
eu: (encostando-me) Saberás que o homem sou eu. Entrar-te-á pelos sentidos.
Ela: (respiração estremecida) …
eu: (perdido nela) De resto, não sei…

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Mulheres, esses amplificadores deliciosos

Uma amiga especial, da mesma espécie que eu, fez-me chegar o seguinte texto. Não o traduzo porque não o quero estragar. (Lamento não poder dar crédito ao autor, ou autora, mas não sei quem é.)

"Whatever you give a woman, she will make greater.
If you give her sperm, she'll give you a baby.
If you give her a house, she'll give you a home.
If you give her groceries, she'll give you a meal.
If you give her a smile, she'll give you her heart.
She multiplies and enlarges what is given to her.
So, if you give her any crap, be ready to receive a ton of shit."

Bonito, não é? A sua beleza reside no facto de fazer justiça a esses seres divinos, as mulheres. (Sim, é verdade. Sou um grande admirador. Adoro-as.)

É exactamente por isto que faço questão em lhes dar boas fodas. É que em troca, recebo fodas épicas. Daquelas de que se constroem as lendas. Não por mérito meu, claro. Mas por culpa desses amplificadores deliciosos, que melhoram tudo o que lhes é dado.

Já agora, neste post fiz questão de fazer uso de vernáculo. Não porque seja um tipo vulgar (afinal, sou imortal), mas simplesmente porque chamar outra coisa a uma boa foda, isso sim, seria obsceno.

Momentos

De tempos a tempos conheço uma mulher que me afasta da realidade. Que, apenas sendo, me empurra para o domínio da imaginação.

Ao olhá-la, não consigo deixar de sonhar em como será beijar os seus lábios. Como será saboreá-los, lenta e profundamente. Imagino-me a dedicar-lhes a atenção que parecem solicitar, perdendo-me nos seus contornos; deixando-os húmidos e palpitantes, ávidos por ainda mais atenção.

A espaços, forço-me de volta à realidade, distraindo-me dela. Tento falar-lhe de banalidades, num esforço desesperado de contenção. Quero dizer-lhe em que penso, mas ainda não chegou o momento.

A conversa de circunstância resulta, mas apenas por breves instantes. À medida que se desenrola e se vai tornando agradável, concentro-me de novo na minha interlocutora. Enquanto a escuto, observo os seus trejeitos, e delicio-me. E a realidade escapa-se-me.

Começo então a imaginar o que os seus lábios escondem: uma língua irrequieta mas contida; uma boca quente e sôfrega. Deambulo nas profundezas dos seus olhos e imagino o entusiasmo nervoso do primeiro contacto, da aproximação do olhar, da mistura das respirações ofegantes. Imagino a crescente ânsia pelo contacto corporal. Até ser praticamente incontrolável; quase sufocante.

Apesar da agitação interior, à superfície, permaneço sereno. Estou a escutá-la e a observar a sua linguagem corporal. O seu corpo terá a palavra final. Talvez me diga que me afaste, terminando assim o sofrimento criado pelo esforço imenso de ocultação dos sonhos. Porém, detecto interesse. Manifesta-se subtilmente − claro, é uma mulher − mas está lá, e fraquejo; não consigo fingir que não o vejo. Agora, dificilmente voltarei à realidade. Agora, já não me consigo distrair desta mulher. E a divagação recomeça. Divago em todos os seus detalhes, e apercebo-me: estou perdido.

Já não consigo conter o impulso de a trazer para a minha fantasia. Não quero ficar apenas com o meu sonho dela. Quero − aliás, tenho que − partilhar o que me vai na alma. Mas detenho-me enquanto me pergunto: será ela capaz?

Curiosamente, constato que a generalidade das pessoas não tem pudor no que respeita a estes devaneios. Imaginam tudo o que conseguem, e até o que não conseguem. No entanto, ou o fazem solitariamente, ou na companhia da ideia que têm de alguém, ou, ainda, na companhia de um personagem sem rosto. Isto, afirmam, não é traição. Não quebra promessas feitas. É antes, imagine-se, terapia (ou outros disparates que nunca ouvi).

Quanto a mim, sinto que sou de outra espécie. Não sei se melhor ou pior (provavelmente, esta última). Talvez eu esteja errado, e eles não. Talvez. Talvez seja eu o fraco, não sei. O que sei é que, nesta fase da minha vida, já não quero saber. Sou, e pronto.

Mas sei mais. Sei também que trago comigo um sorriso na alma, construído com momentos inesquecíveis. Momentos partilhados com aquelas que ousaram juntar-se a mim na imaginação. Momentos que não resultaram da minha imaginação com a ideia de alguém, ou da imaginação de alguém com a sua ideia de mim. São, antes, momentos em que imaginámos juntos.

De que falo eu? Realidade, ou fantasia? Não sei. Mas estivemos lá, um com o outro. Deixámos tudo o resto para trás, e sonhámos juntos. Remorso? Culpa? Bolas. O que deixámos para trás, e que retomaremos de seguida, não é sequer comparável. De que nos vale pensar nisso?

Não penso. Continuarei a construir-me com momentos destes. Não só com eles, mas também. Apenas espero que este meu ser, este meu amor em viver fantasia, não magoe os que na realidade amo.